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Gerenciamento de risco, um compromisso com a qualidade e segurança

Por José Roberto

Você já ouviu falar sobre slackline? Caso não conheça essa atividade esportiva, nada mais é que a famosa corda bamba, um exercício de perfeita harmonia entre o corpo e a mente.

O objetivo deste esporte é realizar a travessia de um extremo ao outro suspenso sobre uma fita de nilon e desenvolver áreas da nossa musculatura pouco trabalhadas.

Para que este objetivo tenha êxito, o esportista deverá manter sua concentração e ações bem alinhados, enfrentando as adversidades que encontrará tanto no âmbito interno como externo, tais como, medo de altura, ansiedade, instabilidade da corda, ventos fortes, entre outros.


O gerenciamento de risco de projetos se enquadra muito bem neste exemplo de atividade esportiva, lidando com equilíbrio entre o objetivo de concluir o programado e as ações imprevistas no mesmo. Requer muito conhecimento e habilidade, e até para um profissional experiente, este nunca deverá abrir mão da segurança e da qualidade das ações realizadas.

Segundo o Risk Mangement – Guide for DoD Acquisition (2002)*, o risco é definido como “... a atenção dirigida à ocorrência de eventos futuros , cujo exato resultado é desconhecido, e com a forma de lidar com incerteza, e..., a amplitude de possíveis resultados. Inclui o planejamento, identificação e análise de áreas de risco e o desenvolvimento de opções para lidar e controlar o risco”. O GRIS (Gerenciamento de Risco) assim também conhecido, é de caráter preventivo, visando minimizar perdas materiais e humanas.

O gerenciamento de risco pode ser utilizado em inúmeras atividades mas, para as operações logísticas ele é de suma importância. Como exemplo, um simples smartphone, para que esteja disponível em uma loja, existe uma complexa rede de informações e análises sobre a segurança e a qualidade desta operação ao seu destino final. Como pontos fortes dessa estratégia logística estão a rastreabilidade (ação de acompanhar/localizar), monitoramento (ação de observar e registrar), parcerias com transportadoras e clientes, planos de ação adequados a operação envolvida.

Graças aos avanços tecnológicos hoje existentes, o Supply Chain Management – Gerenciamento da Cadeia de Suprimentos – é um dos grandes favorecidos com a expansão e aprimoramento do GRIS, o tornando mais assertivo no Lead Time das diversas etapas em uma operação com informações bem próximas ao tempo real.

O papel do gerenciamento de riscos no nosso país tem a sua importância por se tratar de uma nação de proporções continentais, com diversos gargalos logísticos e com altíssimos índices de roubo de carga, ao lado do México e África do Sul, o Brasil é um dos mais perigosos países do mundo para se transportar cargas em estradas, segundo a ABTC** – Associação Brasileira de Logística e Transporte de Carga.


O mercado de gerenciamento de risco é uma área em ascensão, e para o profissional que deseja ingressar nesta atividade deverá ficar atento a alguns detalhes como comprometimento com a qualidade, busca por conhecimento técnico em tecnologias de rastreamento, sigilo de informações e maximização do nível de segurança.

José Roberto
Trabalha como Inspetor de Risco pela Buonny Projetos e Serviços. Graduado em Logística e Pós Graduado em gestão empresarial pela Faculdade IBGM.

*Risk Management Guide for DoD Acquisition Third Edition January 2000, pág 01, PUBLISHED BY THE DEFENSE SYSTEMS MANAGEMENT COLLEGE PRESS FORT BELVOIR, VIRGINIA

Comentários

  1. Ótimo texto, e principalmente o assunto abordado, mas, aproveitando, gostaria de sugerir um aprofundamento em cima do tema Gerenciamento de Risco, de como esse "mal necessário" (que é o custo do serviço de Gerenciamento de Risco), impacta no custo de uma operação como um todo, se vale a pena contratar esse serviço em todo tipo de operação, e no caso de um operador logístico in house, ele contrata um serviço próprio, ou sugere ao cliente contratá-lo?.


    Parabéns pela iniciativa.

    Thiago Amorim
    thiago.amorim@zipmail.com.br

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  2. Bom o tema abordado José Roberto.

    Como você mencionou, no Brasil temos que gerenciar para reduzir o risco de roubo... absurdo!

    Os custos de gerenciamento são altos, pois envolvem a necessidade de adquirir tecnologia para colocar a bordo do veículo e contratar a gerenciadora de risco para monitorar o veículo. Essa última atuará em caso de não cumprimento de algum procedimento do motorista (tal como parada indevida, desvio de rota ou circular fora do horário permitido).

    O risco de roubo é tão grande que algumas cargas somente podem circular com rastreador no carro e outro rastreador (chamado isca) que viaja na carga.

    - Pior é saber que os bandidos conseguem comprar na Internet, equipamentos que conseguem bloquear os sinais dos rastreadores, os famosos "chupa-cabra. O roubo "é permitido".

    Tudo isso encarece o transporte e expõe os motoristas ao risco...

    Aproveitei o momento para acrescentar o tema e para desabafar um pouco.

    Abraços,

    Sergio Rodrigues
    LOBOLOG - LOBO Logística Ltda.

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