Recentemente algumas reportagens e publicações na internet me
fizeram escrever essa matéria. O que reforçou esse desejo de escrever foi, após
uma conversa com uma colega da área relatando como estava conduzindo um
processo seletivo.
Há pouco mais de uma semana, essa colega da área resolveu
iniciar um processo seletivo para Assistente de Recursos Humanos. O seu
entendimento em abrir o processo por meio de indicações iria afetar as pessoas
que estão fora do mercado, lutando dia após dia por uma recolocação, com esse
pensamento, ela resolveu fazer um processo aberto com divulgação em grupos de
e-mails com profissionais da área e nas redes sociais.
O retorno para
recebimento de currículos foi de imediato e tomou uma proporção enorme, foram
mais de 600 currículos em menos de 48 horas. Todos no perfil que ela buscava? Não.
Certamente 40% dos currículos avaliados, estavam fora do esperado por ela. O
que resulta em um processo mais demorado, obrigatoriamente analisar e /ou triar
currículos leva tempo e dedicação.
Gostaria também de relatar que um candidato
enviou para essa vaga, 12 currículos, sei que a ansiedade e o tempo ocioso, nos
deixam apreensivos pela busca da vaga tão desejada. Nessa matéria iremos
abordar e compartilhar o que devemos fazer para preencher esse tempo enquanto o
emprego não chega.
Essa é a realidade que várias empresas enfrentam hoje, é o reflexo
da má gestão política que respingou na economia de forma lamentável.
Conseguir um emprego em meio a essa recessão tornou-se um
verdadeiro drama para muita gente. Devido a esse cenário o país enfrenta
demissões, redução de oferta de vagas e o aumento da concorrência. O delicado
momento nos remete ao seguinte questionamento, como o profissional deve agir
para conseguir voltar ao mercado de trabalho?
Enquanto não tivermos gestores, pessoas técnicas e
empreendedoras no poder, certamente o nosso país não vai evoluir. Essa cultura
de que para virar político e ganhar dinheiro de forma fácil e corrupta têm que
acabar. Devemos ser cobradores ferrenhos de quem está no poder. A alta cúpula política
não deve trabalhar apenas para si e nem para o seu ego, deve trabalhar de forma honesta e com prestações de contas claras para a população, cidadãos que
pagam seus impostos em dia.
Concluo que enquanto não houver uma mudança rápida
da nossa política, a economia irá lentamente retomar de onde parou. Já passei
por uma crise quando criança e foi severa tanto quanto essa, a crise cessou e
sobrevivemos. De fato o nosso país teve sua evolução, mais tem muito que
percorrer ainda.
Essa crise vai passar e quem estiver preparado estará com
grandes chances de alcançar as melhores recolocações. Voltando ao foco dessa matéria,
que são as dicas de como retomar ao mercado de trabalho, vai desde entregar o
currículo no lugar certo até saber negociar um salário menor.
Em uma reportagem na Folha de Vitória do Espirito Santo falava
que “não
adianta se desesperar e entregar dezenas de currículos em qualquer lugar. É
preciso especificar a vaga pretendida. “O currículo precisa ser único,
direcionado a uma única empresa, portanto faça um para cada envio específico,
destacando com clareza as experiências exigidas para a vaga ofertada”
e concordo com a reportagem.
Relembrando o início desse texto, torna-se
um exemplo, quando a minha colega da área de RH ao iniciar um processo seletivo,
40% dos currículos recebidos estavam fora do perfil almejado. O que eu oriento
é diversificar as formas de colocar as informações profissionais nos
currículos, o mesmo deve se moldar de acordo com a empresa e sua cultura. A busca
pela vaga deve ser constante, o candidato deve se mostrar interessado,
disponível e deve manter sua rede de contatos atualizada.
O que fazer enquanto a
vaga não chega?
A melhor saída é manter o tempo ocupado e não se acomodar
dentro de casa esperando um milagre, afinal, quem não aparece é esquecido
rapidamente. É importante participar de palestras (onde muitas hoje são
gratuitas, realizadas por faculdades, sindicatos, conselhos de classes e
instituições sem fins lucrativos, associação de moradores, entre outras) feiras,
congressos, workshop e ações voluntárias. É extremamente importante estarmos
preparados. A capacitação é sempre a melhor alternativa, fazer cursos
específicos da área, informática e investir em outro idioma.
Como negociar um
salário menor?
Quem almeja voltar ao mercado de trabalho precisa estar
aberto a novas possibilidades, ter maturidade e inteligência emocional para atuar
em outras áreas e receber um salário menor.
Mesmo de forma temporária, o profissional atuando em uma
atividade diferente, trás benefícios importantes: como não apenas ter dinheiro para
pagar as despesas como também voltar a ser “visto” pelo mercado, fazer novos
contatos e, claro, manter a cabeça ativa, melhorando a autoestima.
Reforço: reingressar em uma área diferente fará com que você mostre
seu potencial para conquistar o que realmente almeja. Trabalhar em outra área
pode inclusive melhorar o seu currículo, aumentar sua competências técnicas,
pode ser um momento para aprender novos conceitos, novas ferramentas. O
importante é voltar ao mercado de trabalho e a negociação faz parte estando
enfrentando a crise ou não.
Quanto à idade
avançada?
Nem sempre ter mais de 35 anos pode não ser um problema na
busca da recolocação. Sabemos que a discriminação existe em muitas empresas.
Algumas instituições preferem profissionais mais experientes, com maturidade
para assumir certas funções.
Empresas de Call Center já buscam profissionais
com essa faixa etária. Essa área de telemarketing têm vários segmentos, esse
perfil de candidatos, tem uma atuação diferenciada, tende a ser bons ouvintes,
a experiência de vida, faz com que sejam mais atentos alguns são bons
vendedores e sabem desligar o telefone no momento certo, sem perturbar a pessoa
que está do outro lado.
Independente da idade e da posição social, o mais importante,
é não perder o foco e não se deixar abater. Profissionais com semblante
cansado, triste, abatido não agradam nas entrevistas de trabalho e podem causar
péssima impressão na hora de entregar um currículo ou até na participação de um
processo seletivo.
Entrega do Currículo: Não saia enviando currículo de qualquer maneira em
qualquer lugar. Isso mostra desespero e não competência. Dependendo da
situação, será preciso fazer um currículo diferente e específico para cada tipo
de empresa. Quando enviar currículo para uma determinada vaga, não envie o
currículo diversas vezes. Para quem recebe, passa a imagem de um profissional
que não se valoriza e aceita fazer qualquer coisa, certamente, o seu currículo pode
ir direto para o lixo.
Cadastro Online: Invista em sites de recrutamento e seleção, em site de grandes empresas, se
cadastre, mas mantenha o currículo sempre atualizado. Qualquer informação nova “corre
lá” e atualiza no site, o sistema virtual de recrutamento entenderá que você
ainda está ativo e que está a disposição para uma oportunidade.
Contatos: Não tenha vergonha de pedir uma indicação ou oportunidade. O máximo
que pode acontecer é você ouvir um não. Entrem em contato com amigos, parentes,
vizinhos, colegas da academia, ex-chefes, enfim... não abra mão de ninguém.
Muitos empregos surgem e essas oportunidades não são anunciadas de forma aberta,
as empresas recorrem para as indicações, conhecido como QI (Quem Indica). Busque
a oportunidade não apenas ao Facebook e ao Whatsapp, mas ligue ou converse
pessoalmente. O contato olho no olho faz toda a diferença.
Família e Finanças: Nesse momento é fundamental conversar com a família e
reorganizar as finanças. Reduzir o número de passeios aos finais de semana, pegar
aquele filme em casa é uma boa opção de lazer, optar por produtos mais baratos
no supermercado, adiar alguns projetos evitando despesas extras. Importantíssimo
é aumentar o vínculo com a família para que, juntos, consigam passar por essa
fase difícil, sem conflitos.
Lembre-se: a união faz a força.
A dica final é investir em um diferencial, naquela competência,
qualidade ou conhecimento que dificilmente outro candidato vai apresentar. Espero
que essa matéria possa ser útil e que você tenha ainda em 2016, muito sucesso.
“Não se compare à maioria, pois, infelizmente, ela não é
modelo de sucesso”.
(Roberto Shinyashiki)
Hilma Carolina
Idealizadora do
Tema Corporativo,
Profissional de RH,
Palestrante e
Coordenadora da ABRH-PE
no Projeto
Diversidade e Inclusão Social.
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